O que é a endometriose?
Muita gente já ouviu falar da endometriose, mas você sabe o quê é? A endometriose é uma condição ginecológica em que o tecido que normalmente reveste o interior do útero, chamado de endométrio, começa a crescer fora do útero.
Esse crescimento anormal pode acontecer em diferentes partes do corpo, como nos ovários, nas trompas de Falópio, na bexiga, no intestino, diafragma, entre outros.
Embora o tecido endometrial fora do útero se comporte de forma semelhante ao tecido uterino (ou seja, ele cresce, se desgasta e sangra), ele não tem como ser expelido do corpo durante a menstruação, o que pode causar inflamação, dor e até formação de aderências (tecidos cicatriciais).
Antes de mergulharmos na endometriose, deixa eu me apresentar!
Sobre a Dra. Patrícia Kuhn:
Sou médica há mais de 15 anos. Formada pela Faculdade de Medicina Souza Marques. Fiz a minha residência em ginecologia e obstetrícia no Hospital Central do Exército.
Além da formação em ginecologia e obstetrícia, também tenho formação em medicina tradicional chinesa, acupuntura, entre outras. Estou sempre me atualizando e estudando. Fiz vários cursos de ultrassonografia no Cetrus, em São Paulo.
Os meus atendimentos são humanizados e individualizados. Faço questão de oferecer um serviço diferenciado, exclusivo e personalizado para cada paciente. Atendo, como eu gostaria de ser atendida.
Quantas vezes você foi ao médico e a consulta não durou nem 10 minutos? Já cansei de escutar, “o médico não olhou nem na minha cara.” E confesso, que eu também já passei por isso.
Por isso, as minhas consultas levarão o tempo que for necessário, para que você possa tirar todas as suas dúvidas.
Se sentir segura, acolhida e tranquila é o mínimo que eu espero!
Como todos sabem, o repasse dos planos de saúde para os médicos possui um valor extremamente baixo e sem reajuste há anos. Por esse motivo, optei por não trabalhar com planos de saúde.
As minhas consultas são particulares. Assim a consulta é completa, sem pressa, tornando uma experiência muito melhor. Dessa forma, eu consigo oferecer para as minhas pacientes o atendimento que eu gostaria de ter.
Leia os comentários sobre a Dra. Patrícia Kuhn:
Fisiopatologia:
Na menstruação normal, o endométrio se prepara para uma possível gestação, espessando-se. Caso não ocorra a gravidez, ele se desprende e é eliminado na menstruação.
No caso da endometriose, o tecido endometrial fora do útero também passa pelo mesmo processo de crescimento e destruição, mas, como não pode ser eliminado do corpo, acaba causando uma série de problemas. Esse acúmulo de sangue, secreções e células causa inflamação local, levando à dor, aderências e possíveis alterações nos órgãos envolvidos.
A causa exata da endometriose ainda não é totalmente compreendida, mas alguns fatores parecem contribuir para o desenvolvimento da doença:
- Retrocesso menstrual: A teoria mais aceita é que parte do sangue menstrual, ao invés de ser expelido para fora do corpo, retrocederia pelas trompas de Falópio e se implantaria em outras regiões da pélvis.
- Fatores genéticos: Mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que têm endometriose têm maior chance de desenvolver a doença.
- Sistema imunológico: Alterações no sistema imunológico também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da endometriose, tornando o organismo incapaz de eliminar o tecido endometrial fora do lugar.
- Fatores ambientais: Algumas substâncias tóxicas, como poluentes, podem estar relacionadas ao aumento do risco da doença.
Sinais e Sintomas:
A endometriose pode variar de uma forma silenciosa (sem sintomas) até formas mais graves, com sintomas intensos. Os sinais mais comuns incluem:
- Dor pélvica: A dor é um dos principais sintomas da endometriose e pode ocorrer em diferentes momentos do ciclo menstrual, sendo mais intensa antes e durante a menstruação. Essa dor pode ser contínua ou intermitente.
- Cólicas menstruais intensas: As cólicas menstruais (dismenorreia) podem ser muito fortes e dificultar as atividades diárias.
- Dor durante a relação sexual: A dor durante o sexo, especialmente nas posições mais profundas, é comum em mulheres com endometriose.
- Infertilidade: Aproximadamente 30% a 50% das mulheres com endometriose têm dificuldade para engravidar. A endometriose pode afetar a ovulação e o transporte do óvulo.
- Sangramento anormal: Menstruações muito intensas ou sangramentos entre os períodos podem ocorrer.
- Sintomas urinários e intestinais: Algumas mulheres podem ter dor ao urinar ou evacuar, especialmente durante a menstruação. Em casos mais graves, pode haver sangramento pela urina ou fezes.
- Fadiga e mal-estar: Como consequência da dor crônica, muitas mulheres com endometriose sentem cansaço extremo e perda de energia.
Diagnóstico:
O diagnóstico da endometriose começa com uma anamnese detalhada (histórico médico) e um exame físico, onde o médico avalia os sintomas e o histórico menstrual da paciente. Durante o exame, o ginecologista pode detectar sensibilidade no abdômen, na pelve ou nas áreas afetadas pela doença.
Embora o exame físico seja importante, a confirmação do diagnóstico geralmente exige exames complementares. Os principais exames usados são:
- Ultrassonografia transvaginal: Esse exame pode ajudar a identificar cistos endometrióticos nos ovários, chamados de endometriomas. Porém, não é capaz de detectar lesões muito pequenas ou em locais mais difíceis de visualizar.
- Ressonância magnética (RM): A RM é um exame mais detalhado e pode ajudar a identificar a extensão da doença e suas possíveis complicações.
- Laparoscopia: Considerada o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo da endometriose, a laparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite ao médico visualizar diretamente as lesões e, se necessário, fazer biópsias para confirmação. Além disso, a laparoscopia também pode ser usada para tratar a doença.
Tipos de Endometriose:
A endometriose pode ser classificada de acordo com a sua localização e a gravidade das lesões:
- Endometriose superficial: São lesões pequenas que afetam a superfície dos órgãos pélvicos. Não costumam causar tanta dor ou complicações graves.
- Endometriose ovariana (endometrioma): Ocorre quando o tecido endometrial se implanta nos ovários, formando cistos chamados endometriomas. Esses cistos podem causar dor, cólicas e até dificultar a ovulação.
- Endometriose profunda: Nesse tipo, as lesões atingem camadas mais profundas dos órgãos, como o intestino, bexiga ou ligamentos. As mulheres com endometriose profunda geralmente têm sintomas mais graves e podem enfrentar dificuldades com a fertilidade.
Tratamentos para a Endometriose:
O tratamento da endometriose varia conforme a gravidade dos sintomas e a necessidade de preservar a fertilidade. Os principais tipos de tratamento incluem:
1. Tratamento Clínico:
- Analgésicos e anti-inflamatórios: O uso desses medicamentos pode ajudar a aliviar a dor.
- Contraceptivos hormonais: Pílulas anticoncepcionais, adesivos ou anéis vaginais podem ser utilizados para controlar a menstruação e reduzir a dor, pois ajudam a interromper o ciclo menstrual, diminuindo a atividade do endométrio.
- Progestágenos: Medicamentos que contêm progesterona podem ser usados para suprimir o crescimento do tecido endometrial.
- Dispositivo intrauterino (DIU) hormonal: O DIU com progesterona pode ajudar a reduzir a dor e controlar a menstruação.
- Inibidores da aromatase: São usados para reduzir os níveis de estrogênio no corpo, o que pode ajudar a controlar o crescimento do tecido endometrial.
2. Tratamento Cirúrgico:
- Laparoscopia: Como mencionado, a laparoscopia pode ser usada para remover ou destruir o tecido endometrial fora do útero. Em casos graves, pode ser necessário realizar a remoção de órgãos afetados, como os ovários ou o útero, especialmente se a mulher não estiver mais tentando engravidar.
- Histerectomia: Em casos mais graves, a remoção do útero pode ser recomendada, especialmente quando os outros tratamentos não trazem alívio.
3. Tratamento para Fertilidade:
Mulheres com endometriose que desejam engravidar podem precisar de tratamentos específicos para a fertilidade, como:
- Indução da ovulação: Medicamentos para estimular a ovulação podem ser indicados para aumentar as chances de gravidez.
- Fertilização in vitro (FIV): Em casos de infertilidade mais grave, a fertilização in vitro pode ser uma opção.
Conclusão:
A endometriose é uma condição desafiadora, que pode afetar a qualidade de vida da mulher, causando dor, infertilidade e outras complicações.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar os sintomas e evitar complicações graves. Se você ou alguém que você conhece estiver com sintomas que possam indicar endometriose, é importante procurar um ginecologista para avaliação e tratamento adequado.
A endometriose é uma doença crônica, mas com o tratamento correto, muitas mulheres conseguem controlar os sintomas e viver bem.
É fundamental lembrar que cada caso é único, e o tratamento deve ser individualizado.
Meu Recado Final:
Se você acha que tem endometriose, já tem o diagnóstico ou conhece alguém que esteja passando por isso, compartilha esse texto.
Um bom acompanhamento ginecológico é extremamente importante e pode melhorar muitas vidas!
O mais importante é que você se sinta segura, acolhida e à vontade com a sua ginecologista.