Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que o aborto é um tema que toca demais o meu coração.
Por isso não poderia deixar de escrever um pouquinho sobre esse assunto que é tão pouco falado e muito sentido.
Por incrível que pareça, o aborto espontâneo, infelizmente é muito mais comum do que gostaríamos de admitir.
A mensagem mais importante que eu gostaria de deixar para você é: não é a sua culpa!
Na grande maioria das vezes, não foi NADA que você fez ou deixou de fazer.
Antes de abordar esse tema, gostaria de me apresentar.
Sobre a Dra.Patrícia Kuhn
Sou especialista em ginecologia e obstetrícia. Fiz a minha residência no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro.
Há anos trabalho com pré-natal de alto risco e nas linhas de frente das emergências obstétricas em algumas maternidades do Rio de Janeiro. Além de estar sempre me atualizando, também realizei diversos cursos de ultrassonografia obstétrica no Cetrus, em São Paulo.
Faço questão de oferecer um serviço diferenciado, exclusivo e personalizado para cada paciente. Nunca irei te atender com pressa. As consultas levarão o tempo que for necessário, para que cada paciente possa tirar todas as dúvidas. Segurança, acolhimento e tranquilidade é o mínimo esperado!
Como todos sabem, o repasse dos planos de saúde aos médicos possui um valor extremamente baixo e sem reajuste há anos. Apesar da paciente pagar caro o plano de saúde, o repasse para os médicos é muito pouco.
Geralmente, a consulta pelo plano de saúde, é uma consulta mais rápida. O médico dificilmente irá examinar com calma, colher uma história completa e detalhada e ‘gastar’ mais de uma hora, se necessário for, com a paciente.
Por esse motivo, as minhas consultas são particulares. Assim, a consulta é completa e sem pressa, tornando-a muito melhor!
Veja alguns comentários das pacientes sobre a Dra. Patrícia Kuhn
O que é o aborto?
O aborto é a interrupção da gravidez, antes que o feto possa sobreviver fora do útero da mãe (até aproximadamente 20 semanas). Pode ocorrer de forma natural (espontânea) ou provocada (induzida).
O aborto espontâneo acontece naturalmente, geralmente devido a problemas de saúde da mãe ou do feto. Não tem nenhuma intervenção.
Já o aborto induzido é quando há a intenção de interrupção da gestação, seja por remédio ou por procedimento cirúrgico.
As legislações variam amplamente em diferentes países. O debate em torno do aborto é complexo, envolvendo aspectos éticos, morais, legais e de saúde pública.
O objetivo principal desse artigo, é informar e consolar essas famílias. Se uma mãe ou um pai, se sentir confortado, o objetivo maior, já terá sido alcançado.
Algumas causas do aborto espontâneo:
- Anomalias cromossômicas: Alterações nos cromossomos do feto. Essa é uma das principais causas.
- Problemas hormonais: Desequilíbrios hormonais, como a falta de progesterona, podem afetar a capacidade do corpo de manter a gravidez.
- Anatomia do útero: Malformações uterinas, como útero bicorno ou septado, podem dificultar a implantação e o desenvolvimento do feto.
- Doenças crônicas: Condições como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes podem aumentar o risco de aborto espontâneo.
- Infecções: Infecções como citomegalovírus, sífilis e algumas infecções bacterianas podem estar associadas a abortos espontâneos.
- Fatores ambientais: Exposição a substâncias tóxicas, como álcool, drogas, certos medicamentos e produtos químicos, pode aumentar o risco.
- Idade da mãe: Mulheres com mais de 35 anos têm um risco maior de aborto espontâneo, em parte devido ao aumento de anomalias cromossômicas.
A mais importante e a principal causa de aborto, de longe, é a alteração do cromossomo. O que isso significa? Na hora da divisão celular, ocorre algum tipo de erro, gerando essa alteração genética que resulta em uma inviabilidade da gestação.
É importante que as mulheres que têm abortos de repetição (três ou mais), façam uma investigação para saber se têm alguma doença que possa justificar o quadro.
Como é feito o diagnóstico de aborto:
1. História Clínica:
- Os principais sinais e sintomas do aborto espontâneo são: sangramentos transvaginais e dores abdominais. No entanto, o aborto pode acontecer de forma silenciosa e não apresentar nenhum sintoma.
2. Exame Físico:
- No exame físico, a condição geral da paciente deverá ser avaliada, assim como os sinais e sintomas de aborto, como sangramento vaginal, cólicas intensas e até a expulsão do embrião ou feto pelo canal vaginal.
3. Ultrassonografia:
- A ultrassonografia é uma das ferramentas mais valiosas para diagnosticar um aborto. Ela pode mostrar a presença ou ausência do batimento cardíaco do bebê e o estado do útero. Pode ajudar a determinar se o embrião está em desenvolvimento ou não.
4. Níveis de Hormônio:
- Existe um hormônio, o beta gonadotrofina coriônica humana (beta hCG), que é produzido pela placenta e que aumenta quando a gestação está evoluindo bem. No aborto, isso não acontece. Níveis que não aumentam adequadamente podem indicar um aborto.
5. Exames Complementares:
- Em alguns casos, exames adicionais, como testes de sangue ou análise de tecidos (se houver a expulsão do feto), podem ser realizados para confirmar o diagnóstico.
Abortei e agora?
O tratamento do aborto depende do tipo de aborto, da condição clínica da paciente e também do desejo da paciente. Basicamente, existem duas formas de tratamento. A paciente pode optar pela conduta expectante ou pela conduta ativa.
A conduta expectante significa aguardar por até 30 dias após o diagnóstico de aborto para que o próprio corpo faça a expulsão completa do embrião ou do feto.
Nesse período de 30 dias, a paciente deverá ter um sangramento transvaginal associado a cólicas, que irão cursar com a expulsão completa ou não do embrião ou do feto.
Importante ressaltar, que essa espera tem que ter avaliação médica prévia, assim como a condição clínica da paciente tem que ser estável.
Sinais de alerta como febre, taquicardia, ou de instabilidade hemodinâmica da paciente, não são compatíveis com a conduta expectante.
Já na conduta ativa, a paciente é internada e é feita a AMIU (aspiração manual intrauterina) ou curetagem. Em alguns casos, tem que fazer medicação antes de realizar o procedimento cirúrgico. Esse procedimento é realizado no centro cirúrgico e com sedação da paciente.
É válido ressaltar, que esse procedimento não é isento de riscos, assim como todos os procedimentos cirúrgicos. Uma das complicações desses procedimentos, é a ruptura uterina.
Algumas vezes, o aborto acontece de forma completa e quando a paciente busca atendimento médico, já não há mais nada que precisa ser feito.
Não há mais nada dentro do útero, não sendo necessário aguardar esses 30 dias, tendo em vista que o aborto completo já aconteceu.
A ultrassonografia pode ser usada para confirmar a expulsão completa do tecido gestacional, não havendo a necessidade de realizar nenhum procedimento cirúrgico.
Se a paciente optou pela conduta expectante e mesmo após esses 30 dias de espera, nada aconteceu. Ainda existe uma parte ou todo o tecido fetal e placentário dentro do útero, pode ser necessário a realização da curetagem ou AMIU e também medicação.
Meu Recado Para Você
Não se culpe. Permita-se viver o luto.
Meus sentimentos pela a sua perda. Sinta-se abraçada por mim.
Quando você se sentir pronta e segura, tente de novo, se esse for o seu desejo.
Saiba que estou aqui para acolher você e orientar da melhor forma possível.
Conte comigo!
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